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Gestão de patrimônio: saiba o que é e como fazer

Henrique Pavan / 25/11/2020 / Finanças Pessoais

25 nov

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Por Henrique Pavan

Gestão de patrimônio: saiba o que é e como fazer

gestão de patrimônio, a princípio, é um serviço no qual profissionais especializados procuram proteger e agregar valor aos bens tangíveis e intangíveis de uma empresa, família ou pessoa física. Esse serviço pode abranger desde um envolvimento mais próximo – em geral para famílias de alto poder aquisitivo – a uma relação mais livre, como uma consultoria ou a própria gerência de sua conta bancária. Entretanto, nada impede que pessoas físicas e famílias com patrimônios modestos possam realizar por conta própria sua própria administração patrimonial. Com alguns conhecimentos em educação financeira e definição de metas, é possível controlar dívidas e aumentar o valor de seus bens. Para isso, vamos aprender um pouco mais sobre os tipos de bens que compõem o patrimônio de todos nós.

Bens tangíveis

Em geral, trata-se dos bens materiais que uma pessoa, família ou empresa possuem. Estamos, portanto, falando de dinheiro, investimentos, imóveis, veículos etc. Mas quais são as principais dicas para uma boa gestão e valorização de seu patrimônio tangível?

Investimentos no mercado financeiro

Primeiramente, é sempre importante buscar aplicações que apresentem rentabilidade ao dinheiro que você consegue guardar todo mês. Para se aprofundar nesse tema, veja nossos posts já escritos sobre o tema: renda fixa versus renda variávelcomo comprar uma ação na bolsa de valores, como construir sua reserva de emergência, entre outros. De qualquer maneira, existem três boas opções para aplicar seu dinheiro: renda fixa, renda variável e fundos de investimento.renda fixa consiste em um empréstimo que você concede ao governo ou a uma empresa e, em troca, recebe juros periódicos. Trata-se de uma aplicação conservadora, com baixo risco e rendimento. Já na renda variável, não há previsibilidade sobre seus rendimentos, de modo que o risco do investimento é maior. Ainda assim, vale a pena optar por esse segmento, pois no longo prazo seu retorno supera o da renda fixa. Como exemplos de renda variável eu mencionaria ações e fundos cambiais. Já os fundos de investimento funcionam como aplicações coletivas. Várias pessoas disponibilizam seus recursos para a gestão do fundo que os aplica em diversos ativos no mercado financeiro – que podem ser de renda fixa, variável ou uma mescla de ambos. O importante é que esta modalidade de investimento propicia diversificação e profissionalismo. Portanto, se você planeja organizar seu patrimônio ao longo de sua vida, diversifique seus investimentos nas três modalidades descritas. Assim, você dilui riscos e aumenta suas opções. Além de tudo, é importante criar um próprio planejamento para aportes periódicos, mesmo que não sobre tanto dinheiro assim no fim do mês.

Dívidas e outros bens tangíveis

Um dos principais problemas da maioria dos brasileiros é o endividamento. Hoje, mais de 60 milhões de pessoas enfrentam esse problema. Isso ocorre, muitas vezes, por falta de planejamento, embora nunca possamos ignorar que a pobreza e o desemprego também sejam responsáveis por tais números. Nem tudo está ao nosso alcance. Portanto, que sejamos eficientes, pelo menos, na gestão dos fatores que possam ser controláveis por nós. É muito comum ver pessoas penduradas em pesadas prestações do automóvel ou do apartamento. Tenham em mente que, ao contrair uma dívida, é preciso cuidar para que suas parcelas caibam no bolso. Além disso, é importante que sobre ainda uma reserva para eventuais infortúnios. Muitas vezes pagamos juros muito altos nas prestações da casa ou do carro e esquecemos que poderíamos estar recebendo esses mesmos juros (ou outros rendimentos) se optássemos por investir nosso dinheiro no mercado financeiro. Ao fazer isso, rentabilizamos nosso patrimônio e conseguimos dar uma entrada maior, reduzindo as prestações.

Bens intangíveis

Você sabia que uma das formas mais eficientes de valorizar seu patrimônio é investir em capital humano? Sim, estou falando, das habilidades que nós adquirimos a partir de treinamentos, qualificações e educação em todos os níveis! Além disso, marca, patentes e reputação também entram neste segmento. Segundo um estudo recente da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para o Brasil, os profissionais que possuem diploma universitário recebem uma remuneração média 144% superior às pessoas que concluíram somente o ensino médio. Por sua vez, estes últimos recebem 46% a mais em relação a quem apenas completou o ensino fundamental. Em qualquer lugar do mundo, possuir diplomas e qualificações traz bons retornos. Mas no Brasil, por conta da desigualdade de acesso à educação e, portanto, da escassez de bons profissionais, o diploma vale mais ainda! Portanto, buscar educação de qualidade é uma excelente estratégia de valorização de seu patrimônio a longo prazo. Lembre-se que você é o gerador principal de sua própria renda! Lembre-se também que a educação financeira é um patrimônio inestimável, já que te oferece ensinamentos importantes para uma boa gestão de suas contas.

Vantagens em fazer gestão de patrimônio

A experiência de realizar uma gestão patrimonial lhe dará bons ensinamentos. Você aprenderá sobre investimentos e aplicações, adquirirá hábitos de organização e disciplina. Além disso, você estará naturalmente pensando em metas e objetivos. Dividirá suas escolhas de acordo com os prazos, além de traçar seu perfil de gastos. Por fim, com toda essa organização, você conseguirá passar por períodos de turbulência com maior segurança. A gestão do patrimônio também serve para isso.

Organize-se

Abra uma planilha no Excel ou pegue caneta e papel. Comece registrando em uma coluna seus gastos mensais e, em outra, seus ganhos. Veja se consegue cortar alguma despesa supérflua. Anote também as necessidades de médio prazo: depreciação/manutenção de seus bens (reparos no veículo ou na casa, troca de computador, novos móveis, imposto de renda, IPVA etc.). Separe, em seu orçamento, uma dotação específica para tais eventualidades. Se possível, aplique esses recursos em reservas de emergência de renda fixa para valorizar seu capital ou mesmo para preservá-lo contra a inflação. Se ainda assim você vê que consegue guardar dinheiro todo mês, planeje aplicações de prazo mais longo. Ainda mais se você possuir metas futuras como comprar uma casa, fazer um ano sabático ou a própria aposentadoria.


Henrique Pavan

Professor de Economia, com 10 anos de experiência em graduação e pós. Produtor de conteúdo nas áreas de finanças e economia. Possui doutorado pela UFABC, no qual pesquisou temas como moedas socais, inclusão financeira e a relação entre moeda/sistema financeiro com o desenvolvimento local.

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