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O que são altcoins? Conheça essas criptomoedas alternativas

Confira o conceito e funcionamento dessas moedas alternativas, além das diferentes formas de investir

09 out 2024

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3 MIN DE LEITURA

Por Investo

Quando se fala em criptomoedas, um dos primeiros nomes que vêm à mente é o BTC (bitcoin). Afinal, ele foi o primeiro criptoativo a fazer sucesso no mercado, revolucionando a maneira de fazer transações financeiras pela internet.

No entanto, a partir da tecnologia utilizada no BTC, muitas criptomoedas alternativas surgiram, sendo chamadas de altcoins. Muitas delas foram criadas visando melhorar a programação por trás do bitcoin e ampliar o seu potencial de uso.

Ficou interessado em saber mais sobre os criptoativos alternativos? Então prossiga com a leitura deste artigo para saber o que são e como funcionam as altcoins!

O que são altcoins?

O termo altcoin vem da junção de alternative (alternativa) e coin (moeda em inglês), sendo usado para definir qualquer criptomoeda criada após o bitcoin. A razão é que, geralmente, o surgimento de um novo criptoativo não parte do zero, mas de mudanças no código-fonte do BTC.

É comum que a proposta de criação de uma altcoin envolva a implementação de correções ou melhorias não suportadas pelo BTC. Elas englobam recursos de segurança, mudanças ou acréscimos de scripts na sua programação, diferentes formas de mineração, entre outros ajustes.

Mas o fato de muitas delas compartilharem uma parte da programação do bitcoin não significa que as altcoins dependem do BTC para funcionar. Na verdade, cada altcoin pode ter as suas próprias características, protocolos, rede blockchain e comunidade de usuários.

Como surgiram as altcoins?

Depois de ver o conceito de altcoins, vale conferir quando e como elas surgiram. Após seu lançamento, em 2009, o bitcoin começou a ganhar popularidade. Com o movimento, lançou-se a ideia de ampliar a utilização da tecnologia da rede do BTC para outras finalidades.

Em setembro de 2010, foi aberta uma discussão no fórum BitcoinTalk para a criação do BitDNS. O objetivo era inserir um sistema descentralizado que fornecesse o registro de DNS (domain name system) diretamente na blockchain do BTC.

A discussão contou com a participação dos programadores Gavin Andresen e Satoshi Nakamoto — criador do BTC —, que chegaram a fornecer uma recompensa pela implementação do BitDNS. Em abril de 2011, o projeto chamado Namecoin foi apresentado por Vincent Durham atendendo à proposta.

Pelas limitações da rede BTC da época, para a sua implementação foi realizado o primeiro hard fork do bitcoin — o que significa uma divisão permanente da rede. A nova rede criada (Namecoin) adotou um caminho próprio, enquanto a original (BTC) prosseguiu inalterada.

Com o êxito na implementação do projeto Namecoin, diversos outros foram lançados. Inclusive, muitos deles fizeram mais sucesso, como o Litecoin (ainda em 2011), o Dogecoin (em 2013) e o Ethereum (em 2015), entre outros.

Qual foi a primeira altcoin?

Com o processo que você viu, a primeira altcoin a surgir foi a NMC (namecoin), a moeda nativa da rede de mesmo nome. O seu principal uso é a compra e o registro de domínios na internet de maneira descentralizada, a exemplo do domínio “.bit”.

Vale dizer que a rede Namecoin funciona sem vínculo com o ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) — o órgão responsável pelo controle de domínios na internet. Logo, os domínios registrados na Namecoin são considerados invioláveis, possuindo um alto nível de resistência à censura.

Segundo consta em seu site, a taxa de registro de um domínio é de 0,01 NMC. Contudo, também é preciso pagar a taxa de transação, determinada dinamicamente pelos mineradores da criptomoeda.

Como funcionam as altcoins?

Em geral, as altcoins funcionam de maneira semelhante ao BTC. Ou seja, elas são moedas digitais criptografadas que podem ser usadas para fazer pagamentos, transferências, trocas e investimentos na internet. Não há necessidade de um intermediário nas operações, como bancos ou o Governo.

Isso é possível em razão do uso da tecnologia blockchain, que funciona como um grande livro de registros públicos, armazenando todas as transações que acontecem com um criptoativo. As informações são registradas em blocos sequenciais.

A inclusão de um novo bloco depende da validação dos seus dados, tomando como base o bloco anterior. A validação é realizada pelos usuários da rede, também conhecidos como mineradores, que recebem uma recompensa a cada bloco validado.

Essa dinâmica cria um sistema praticamente inviolável, permitindo que os usuários façam operações de maneira prática e segura. Muitas das altcoins utilizam o mesmo sistema de mineração do BTC, chamado de PoW (proof of work) — ou prova de trabalho.

Nele, o minerador disponibiliza o poder computacional da sua máquina para resolver problemas matemáticos complexos. O primeiro a encontrar a solução da equação ganha o direito de minerar um novo bloco, recebendo a recompensa prevista.

Um problema do sistema é o elevado consumo de energia, já que há chance de uma máquina levar bastante tempo para resolver as equações propostas. Para contornar a questão, foi desenvolvido o sistema de mineração PoS (proof of stake) — ou prova de participação.

Nesse caso, basta o usuário ter o criptoativo da rede depositado em sua carteira para estar habilitado a fazer a mineração. No PoS, o sistema escolhe aleatoriamente o usuário que fará a validação do bloco, eliminando a necessidade de usar um computador para realizar cálculos.

Quais são as principais altcoins no mercado?

Agora você sabe o que são altcoins e como elas funcionam. Essas criptomoedas podem contribuir para a diversificação da carteira de investimentos. Porém, o interessado precisa analisar os riscos e potenciais de cada uma considerando seu perfil de investidor e objetivos financeiros.

Tendo esse ponto de atenção em mente — e considerando que resultados passados não garantem ganhos —, veja exemplos das principais altcoins no mercado cripto!

Litecoin

O LTC (litecoin) também é uma altcoin originada a partir de um hard fork do BTC. Ele foi lançado oficialmente em outubro de 2011, desenvolvido por Charlie Lee, ex-engenheiro de software do Google. A sua proposta de criação foi trazer ao menos 3 melhorias em relação ao bitcoin.

Elas eram:

  • diminuir a taxa de processamento de blocos — de 10 minutos para 2 minutos e 30 segundos;
  • superar o supply (fornecimento) máximo do BTC (de 21 milhões de moedas), permitindo minerar 84 milhões de LTC;
  • equilibrar o PoW para retirar a vantagem de computadores muito potentes na mineração.

Apesar das melhorias trazidas, o LTC nunca chegou a superar o bitcoin em valor de mercado, mas segue como uma das primeiras altcoins a fazer sucesso.

Veja um gráfico com o seu histórico de preços, segundo a CoinMarketCap:

Histórico de preços Litecoin

Dogecoin

A DOGE (dogecoin) foi criada em 2013 a partir de um meme. Seus criadores, Billy Markus e Jackson Palmer queriam zombar da especulação selvagem em criptoativos na ocasião, criando uma criptomoeda com a imagem de um cachorro que circulava na internet.

Trata-se de Kabosu, uma cadela da raça Shiba Inu que foi enviada para um abrigo de animais no Japão e adotada em 2008. Apesar da brincadeira, a moeda chegou a ganhar relevância quando o bilionário Elon Musk — dono da SpaceX e da Tesla — mencionou que apoiaria o projeto, em 2021.

Veja as oscilações históricas da dogecoin:

oscilações históricas da dogecoin

Ripple

Desenvolvida pela Ripple Labs, em 2012, a XRP (ripple) foi adotada como o token oficial para transações na plataforma RippleNet. A rede oferece uma solução de pagamentos internacionais rápida e eficiente, permitindo a liquidação de fundos em tempo real.

Embora a XRP seja considerada uma altcoin por usar tecnologias derivadas do BTC, ela é centralizada por uma empresa privada. Assim, a Ripple Labs fica responsável pela validação das transações, não havendo a mineração nos mesmos moldes que outras criptomoedas.

De toda forma, a peculiaridade não impediu a XRP de se tornar relevante para o mercado de criptomoedas. Observe o seu gráfico histórico:

Ripple histórico

Ether

O ETH (ether) é o token nativo da rede Ethereum — criada por Vitalik Buterin, em 2015. A sua ideia era trazer uma plataforma que pudesse ser usada para o desenvolvimento de aplicativos e smart contracts (contratos inteligentes) descentralizados.

O lançamento expandiu o mercado cripto para outro patamar, dando origem a conceitos como o de DeFi (finanças descentralizadas), NFTs (non-fungible tokens), metaverso e muito mais. Por conta do sucesso da plataforma, o ETH se tornou a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo.

Veja a sua evolução histórica:

histórico Ether

Cardano

A ADA (cardano) é uma criptomoeda criada em 2015 para rodar na rede Cardano, também concebida com a ideia de permitir a elaboração de aplicativos descentralizados. O detalhe é que um de seus idealizadores, Charles Hoskinson, estava no projeto de construção do Ethereum.

Porém, ele o deixou por divergências quanto à gestão e ao futuro do Ethereum. Com isso, Hoskinson se juntou a outros programadores e criou a rede Cardano, a primeira a usar o protocolo PoS para a mineração da ADA.

Confira seu gráfico histórico:

histórico Cardano

Tether

O USDT (tether) é uma altcoin lançada em 2014, por Reeve Collins, Craig Sellers e Brock Pierce. A sua proposta era trazer mais robustez para o mercado cripto, já que a maioria das criptomoedas não conta com lastro físico — característica que costuma afastar muitos interessados.

Os fundadores decidiram lastrear o tether ao dólar americano, na paridade de 1 para 1. Para viabilizar o projeto, para cada tether emitido, a companhia por trás do projeto (a Tether Limited) guarda US$ 1 em reserva. Da dinâmica surgiu o conceito de stablecoin (criptomoeda estável).

Segundo o site CoinMarketCap, o USDT era a terceira maior criptomoeda em market cap (capitalização de mercado), chegando a US$ 120 bilhões, em 2024.

Veja seu gráfico histórico:

histórico Tether

Como investir em altcoins?

Depois de conhecer algumas das principais altcoins existentes, a dúvida que pode surgir é sobre como investir nelas. O investidor que deseja participar do crescente mercado cripto tem diversas formas de se expor a seus resultados — seja de forma direta ou indireta.

Se você entende que a participação nesse mercado é adequada às suas estratégias, confira como investir em altcoins!

Diretamente

Como a maior parte dos criptoativos é descentralizada, a compra pode ser feita diretamente entre usuários — o chamado P2P (peer to peer). Contudo, esse tipo de transação demanda maior conhecimento em informática do operador.

Uma maneira alternativa de negociar criptomoedas se dá por meio das exchanges. Trata-se de empresas que atuam como corretoras de valores, conectando os interessados em comprar e vender suas criptomoedas.

O ponto de atenção nesse tipo de negociação é que muitas exchanges são estrangeiras. A característica tende a dificultar o suporte ao usuário e reduzir a segurança. Afinal, muitas dessas companhias já sofreram ataques de hackers que buscam vulnerabilidades em suas plataformas.

Indiretamente

Já o investimento indireto ocorre por meio de alternativas que oferecem exposição ao mercado cripto. Entre elas, estão os fundos de criptomoedas, os BDRs (brazilian depositary receipts) e os ETFs (exchange traded funds ou fundos negociados em bolsa).

Os fundos de criptomoedas são veículos de investimento coletivo voltados à alocação em cripto. Por sua vez, os BDRs são certificados encontrados no mercado nacional que encontram lastro em ativos internacionais, havendo alternativas ligadas às criptomoedas.

Já os ETFs no Brasil são fundos de investimento que buscam espelhar a performance de um índice de mercado. Por esse motivo, no país, eles são muito conhecidos como fundos de índice. Ao apresentar essa característica, o fundo busca replicar a performance dos ativos que compõem a carteira teórica do benchmark que ele segue.

Como existem diversos índices que acompanham os criptoativos, o interessado na alternativa encontra diferentes oportunidades de investimento para a exposição indireta a cripto. Uma das vantagens dos ETFs é que eles são negociados na B3 (a bolsa de valores brasileira).

Nesse contexto, o investidor não precisa fazer câmbio de moedas ou enviar o seu capital para uma exchange estrangeira. Tanto a compra quanto a venda de cotas são feitas em reais e em um ambiente controlado pela bolsa nacional.

Os ETFs ainda se submetem a um controle rígido por parte da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o órgão fiscalizador do mercado brasileiro. Logo, o investidor tem proteção institucional e a certeza de que está investindo em uma alternativa confiável.

Conheça exemplos de ETFs negociados na B3 que são ligados ao mundo cripto!

NFTS11

O NFTS11 é um fundo de índice que replica o desempenho do MarketVectorTM Media & Entertainment Leaders Brazil — que tem foco em tokens do setor de mídia e entretenimento. Ele é composto por ativos que utilizam NFTs para funcionar no ambiente digital. Entre eles estão o AXS (axie infinity shards), SAND (the sandbox) e outros.

BLOK11

O BLOK11 é um ETF que espelha a carteira do MarketVector Smart Contract Leaders Brazil Index. Trata-se de um índice formado por ativos ligados aos smart contracts. É o caso de ETH, ADA, SOL (solana), AVAX (avalanche), DOT (polkadot) e muitos outros.

Contudo, independentemente da alternativa escolhida, é pertinente avaliar o seu perfil e objetivos antes de tomar uma decisão. Também é válido mencionar que os investimentos ligados ao ambiente cripto integram a renda variável, apresentando um nível de volatilidade.

Neste conteúdo, você viu o que são as altcoins e como elas funcionam. Se você se interessa pelo tema, continue estudando sobre ele para entender como aproveitar as oportunidades que os criptoativos proporcionam — especialmente no campo dos investimentos.

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