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O que é marcação a mercado e como esse conceito pode ajudar o investidor?

26 ago 2024

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3 MIN DE LEITURA

Por Investo

No mercado financeiro, existem diversos termos e conceitos que todo investidor deve conhecer para operar com segurança e eficiência, por exemplo a marcação a mercado.  

Entendendo essa operação, o investidor pode extrair oportunidades de ganhar mais dinheiro, além de evitar perdas desnecessárias, buscando um equilíbrio adequado entre rentabilidade e segurança na carteira de investimentos. 

Acompanhe este post para entender fazer isso! 

O que é marcação a mercado? 

A marcação a mercado (MaM) é o processo financeiro de atualização diária dos preços de investimentos. Ela determina quanto um ativo vale a cada dia, considerando as condições de mercado vigentes. 

Esse conceito não se limita aos investimentos. Imagine se sua casa ou carro tivessem um indicador que atualizasse diariamente, em tempo real, o valor que o mercado estaria disposto a pagar por eles. É exatamente isso que acontece com os ativos financeiros. 

O principal objetivo da marcação a mercado é proporcionar transparência e precisão na avaliação dos investimentos. Ao atualizar os preços dos ativos conforme as flutuações do mercado, ela permite aos investidores entenderem o valor de seus ativos em tempo real. 

O que influencia esse processo? 

  • Liquidez 

No mercado financeiro, a liquidez se refere à velocidade e facilidade com que um investimento se converte em dinheiro disponível para uso. Assim, alternativas que podem ser vendidas rapidamente apresentam maior liquidez — como títulos públicos ou ações com alta demanda. 

  • Rentabilidade 

A forma como um investimento gera retorno também influencia sua marcação a mercado. Alternativas de renda fixa com rentabilidade totalmente atrelada a indicadores pós-fixados – como a Selic ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – não possui variações de preço. Isso ocorre porque seus rendimentos são atualizados diariamente. 

Exemplo: CDB com rentabilidade de 99% do CDI 

Já os investimentos que oferecem uma taxa fixa, como os prefixados e híbridos, costumam ter seus preços mais impactados por mudanças nas expectativas de mercado em relação às taxas de juros. 

Exemplos: Tesouro IPCA+ com rentabilidade de IPCA+6%, LCI com rentabilidade de 10% aa. 

  • Oferta e procura 

Quando há alta demanda por um ativo, seu preço tende a subir, refletindo uma valorização em seus preços. Em contrapartida, um excesso de oferta pode resultar em preços mais baixos. Vale destacar que há possibilidade de o comportamento dos investidores ser influenciado por notícias econômicas e expectativas de mercado. 

Para ilustrar: imagine um investidor que adquiriu um título em 2020 com uma rentabilidade de 5% ao ano. Se em 2024 títulos semelhantes estão oferecendo uma rentabilidade de 10%, o valor de mercado do título original precisará ser menor para atrair compradores. Em um cenário em que as taxas ficam mais altas, os preços dos títulos existentes caem – e o inverso também é verdadeiro. 

  • Condições macroeconômicas 

Fatores econômicos — como mudanças na política monetária, inflação e movimentações políticas — têm impacto direto na marcação a mercado. Afinal, eles moldam as percepções dos participantes e influenciam a avaliação das alternativas. 

Por exemplo, as mudanças na Selic — taxa básica de juros da economia brasileira — podem tornar os investimentos existentes mais ou menos atraentes em relação a novas oportunidades. Quando ela sobe, tende a elevar consigo as taxas de rentabilidade de novos títulos prefixados, por exemplo. 

Desse modo, os prefixados mais antigos, com rendimentos menores, são impactados. Eles passam a não ser mais tão vantajosos aos investidores em comparação com aplicações que oferecem taxas que acompanharam a alta. 

  • Vencimento 

O prazo de vencimento dos títulos é um dos fatores cruciais na marcação a mercado. Quanto maior o vencimento de um título, maior será o impacto das oscilações das taxas de juros sobre o seu preço. Isso ocorre porque um título com vencimento mais longo está sujeito a um maior grau de incerteza econômica ao longo do tempo, o que faz com que suas variações de preço sejam mais sensíveis às mudanças nas condições de mercado. 

Por exemplo, um título que vence em 30 anos terá seu preço muito mais afetado por uma mudança na taxa de juros do que um título que vence em 2 anos.  

Isso acontece porque os investidores exigem uma compensação maior pelo risco adicional de manter um título por um longo período, especialmente em um cenário de incerteza econômica. Assim, quando as taxas de juros sobem, o preço dos títulos de longo prazo tende a cair mais significativamente do que os títulos de curto prazo. 

Como funciona a marcação a mercado? 

Agora, é o momento de entender como o processo opera em relação aos investimentos.  

Renda fixa 

Você viu que, na renda fixa, a marcação a mercado incide de forma diferente entre os tipos de rentabilidade apresentada. No entanto, vale ressaltar que os efeitos da atualização diária dos preços acontecem apenas quando há resgate antecipado dos títulos.  

Caso o investidor mantenha a aplicação até o vencimento, ele receberá o capital alocado somado aos juros acordados — conforme as condições de rentabilidade estabelecidas no momento da compra. 

Renda variável 

Na renda variável, a marcação a mercado é determinada pela oferta e demanda criada pelos investidores. Assim, os preços das alternativas são atualizados regularmente com base nas condições de mercado.  

Fundos de investimento 

Com a marcação a mercado, cada cotista recebe no resgate o valor atualizado do seu investimento, considerando o patrimônio total do fundo e a proporção de sua participação. O mecanismo garante que o montante recebido ao sair do fundo reflita o valor real e atualizado dos ativos. 

Como consequência, há como prevenir distorções que poderiam beneficiar ou prejudicar cotistas em momentos de entrada ou saída de recursos. Por essa razão, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determina que os preços das cotas dos fundos sejam divulgados diariamente conforme a marcação a mercado. 

A medida possibilita que os cotistas acompanhem a valorização ou desvalorização das suas participações — refletindo as condições atuais do mercado. 

Qual é a diferença entre marcação a mercado e a marcação na curva? 

Ao procurar informações sobre a marcação a mercado na renda fixa, é comum se deparar com o termo marcação na curva. Ele se refere ao método utilizado em investimentos dessa classe para calcular diariamente os rendimentos proporcionais ao longo do tempo, sem considerar a MaM.  

Portanto, a marcação na curva não considera as oscilações da taxa de juros. Em vez disso, ela calcula os rendimentos com base na taxa fixada ou acordada no momento do investimento, de forma proporcional ao tempo discorrido até o momento do resgate. 

Por exemplo, se uma alternativa tem juros de 10% ao ano, o percentual é convertido em uma taxa diária, levando em conta os juros compostos. O rendimento diário é então acumulado junto ao valor do investimento até o vencimento. 

 

Por que o investidor deve acompanhar a marcação a mercado? 

Para começar, ela oferece uma visão atualizada e precisa do preço das alternativas com base nas condições de mercado vigentes.  

Saber a cotação atualizada de um título proporciona mais esclarecimento para decidir se é o momento certo para vendê-lo ou se é melhor aguardar. Agir sem o conhecimento pode resultar na venda prematura de um investimento, podendo levar a perdas financeiras. 

Além disso, a marcação a mercado permite aos investidores gerenciar melhor os riscos. Flutuações nos preços das alternativas podem indicar mudanças nas condições do mercado e na volatilidade dos investimentos.  

Sabendo se o ativo é atingido pela MaM, os investidores podem entender se o funcionamento do investimento está alinhado com suas metas. Essa compreensão permite ajustar suas estratégias de investimento para mitigar riscos e criar oportunidades de retorno. 

Como a marcação a mercado pode ajudar o investidor a lucrar? 

Primeiro é necessário entender que o preço que o investidor paga por um título é baseado na taxa de juros vigente. Se, após a aquisição do título, as taxas de juros caem, o preço do ativo se torna mais elevado. O movimento ocorre porque novos títulos emitidos no mercado tendem a oferecer juros menores devido à queda nas taxas. Logo, as aplicações antigas — com taxas mais altas — passam a ser mais atraentes para os investidores, pois elas oferecem um retorno superior.  

Ao adquirir um título com taxas historicamente elevadas, como títulos públicos IPCA+ com taxas acima de 6%, o investidor pode ficar atento ao movimento da curva de juros: ao observar que a cotação de mercado do título aumentou devido à queda nos juros, o investidor pode decidir vendê-lo a um preço maior do que o da compra original.  

Exemplo prático 

Para entender melhor, considere o exemplo de um investidor que comprou um título Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 por R$ 2.189,15. A aplicação foi realizada no dia 12 de junho de 2024 — quando a remuneração oferecida era IPCA + 6,39%. Confira: 

Então o investidor decidiu vender o título no dia 18 de junho de 2024, quando ele remunerava IPCA + 6,29%, tendo o preço de mercado atualizado para R$ 2.215,42. 

Veja: 

Como você pode ver, a taxa de juros caiu — logo, o preço do título aumentou. Dessa maneira, o investidor consegue lucrar com a diferença entre a quantia paga e o montante de venda.  

No entanto, tenha em mente que o movimento contrário também pode ocorrer. Ou seja, a taxa de juros tem a possibilidade de aumentar após a compra de um título, fazendo com que a aplicação antiga tenha uma cotação inferior à do dia da aquisição. Nesse cenário, o investidor conseguirá vender seu título pelo preço atualizado — menor —, sofrendo o prejuízo da diferença entre a cotação de compra e de venda. 

Como aproveitar a oportunidade na renda fixa? 

Você viu que é possível ganhar (ou perder) dinheiro utilizando a marcação a mercado. Mas, além disso, há oportunidades que podem oferecer rendimentos atraentes, como o fundo de índice (ETF) NTNS11. Ele acompanha a performance de um índice atrelado a títulos do Tesouro Direto IPCA+ de 0 a 4 anos, com duration média de aproximadamente 2 anos. 

Investir em um ETF como o NTNS11 oferece várias vantagens em comparação à compra direta de títulos públicos. Primeiro, o NTNS11 tem uma taxa de administração inferior à taxa de custódia cobrada pela bolsa de valores brasileira (B3). Além disso, ao optar por um fundo negociado em bolsa, você não estará sujeito à cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em qualquer prazo. Outro ponto positivo é que a alíquota de Imposto de Renda (IR) para esse tipo de ETF é de 15%, independentemente do momento da venda das cotas – não se aplicando a tabela regressiva de IR comum aos ativos de renda fixa. 

Em contrapartida, ao investir diretamente no Tesouro IPCA+, a alíquota de 15% de IR só é aplicável para investimentos mantidos por mais de 720 dias. Para resgates em prazos mais curtos, a alíquota pode chegar a até 22,5%, o que faz com que o ETF apresente uma rentabilidade líquida mais atrativa. 

Além disso, ao investir no NTNS11, você se beneficia de uma menor volatilidade e garante a manutenção do poder de compra, graças ao vencimento médio de curto prazo (2 anos). Em comparação, o título Tesouro IPCA+ com menor vencimento disponível atualmente tem vencimento em 5 anos, o que significa mais volatilidade para o investidor. 

Neste artigo, você descobriu como a marcação a mercado funciona e como ela pode te ajudar a ganhar dinheiro. O conhecimento permite analisar estratégias que visam tirar proveito desse mecanismo para maximizar os rendimentos da sua carteira. 

Você se interessou pela oportunidade de investir por meio do NTNS11? Aproveite para conhecer mais sobre esse ETF da Investo!