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Três forças impulsionando o avanço da energia nuclear

12 jun 2025

    3 MIN DE LEITURA

    Por Investo

    A energia nuclear está de volta aos holofotes após anos nas sombras, sendo alvo de debates sobre sua viabilidade a longo prazo e se seus potenciais benefícios (energia confiável e limpa) superam seus riscos inerentes (percepções de segurança, preocupações com a segurança, impacto ambiental). Nos últimos anos, ficou claro que a energia nuclear contribuirá significativamente para atender à demanda global de energia no futuro. 

     

    Atualmente, três forças principais impulsionam o investimento no ecossistema de energia nuclear: 

     

    1. Aumento da demanda por eletricidade

    A Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que a demanda global por eletricidade aumentará rapidamente até 2025, liderada por economias emergentes como China e Índia e impulsionada por diversas tendências, incluindo: 

    • Inteligência artificial: Avanços em IA e outras tecnologias que exigem grande volume de dados estão aumentando rapidamente a necessidade de centros de dados e o consumo de energia associado. 
    • Veículos elétricos: O número de veículos elétricos está crescendo, assim como uma variedade de máquinas movidas a bateria, todas necessitando de eletricidade para recarga. 
    • Criptomoedas: A adoção contínua de ativos digitais está contribuindo para o aumento da demanda global por energia. 
    • Clima/Ondas de calor: Ondas de calor intensas em muitas regiões têm contribuído para essa demanda elevada por eletricidade, pressionando as redes elétricas locais.  

     

    Fonte: Goldman Sachs (via Masanet et. al, 2020, IEA, Cisco and Goldman Sachs Global Investment Research). 

     

    1. Fonte de energia confiável e limpa

    Os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da expansão da capacidade de energia renovável têm, segundo muitos relatos, ficado aquém do esperado. Isso elevou o perfil das instalações nucleares existentes e de novas construções como componentes importantes da transição energética global. 

    A energia nuclear possui emissões notavelmente mais baixas em comparação com algumas fontes de energia renovável e não há limitações quanto ao momento em que as instalações nucleares podem gerar energia. Diferentemente da energia eólica e solar, que enfrentam obstáculos como ventos calmos e céus escuros, a energia nuclear pode fornecer energia consistente e confiável. 

    Além disso, a energia nuclear requer uma fração da área de terra em comparação com a solar e a eólica, tornando-se uma fonte de eletricidade compacta e eficiente. Por exemplo, uma usina nuclear média de 1.000 megawatts nos Estados Unidos necessita de cerca de 1,3 milhas quadradas de terra, em comparação com 31 vezes mais terra para a solar e 173 vezes mais para a eólica. 

    Fonte: World Nuclear Association, Intergovernmental Panel on Climate Change. For illustrative purposes only. 

     

    1. Maior apoio regulatório

    Um impulso importante para a energia nuclear é o renovado apoio de muitos governos. Após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, muitos países deram menos prioridade à energia nuclear em favor de outras fontes. No entanto, nos últimos anos, muitos reverteram sua posição ou reafirmaram seu compromisso, reconhecendo a importância crítica da energia nuclear na matriz energética: 

    • Estados Unidos: Os EUA inverteram o curso ao optarem por estender a vida útil de várias usinas nucleares que estavam programadas para descomissionamento. Recentemente, a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA renovou as licenças operacionais da Usina de North Anna, na Virgínia, estendendo sua vida útil por 20 anos, até quase 2060. Essa tendência é evidente em muitas regiões dos EUA. 

    Marcos legislativos como o ADVANCE Act e o Inflation Reduction Act estão oferecendo apoio fundamental para as tecnologias nucleares. O ADVANCE Act simplifica os processos regulatórios, incentiva parcerias público-privadas e acelera a inovação em reatores modulares pequenos (SMRs). De forma semelhante, o Inflation Reduction Act fortalece a competitividade da energia nuclear ao oferecer créditos fiscais de produção, colocando-a em pé de igualdade com fontes renováveis como a eólica e a solar. 

    • Japão: Apesar de Fukushima ainda estar fresca na memória coletiva, os líderes japoneses começaram a tomar medidas para expandir a capacidade nuclear. No final de agosto, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou planos para realizar uma reunião ministerial para discutir as medidas necessárias para reativar os reatores existentes em uma instalação da Tokyo Electric Power Company (TEPCO). 
    • China: A China realizou investimentos estratégicos significativos em fusão nuclear. Segundo algumas estimativas, o governo chinês gasta cerca de US$ 1,5 bilhão anualmente em pesquisa de fusão, quase o dobro dos Estados Unidos. 
    • Suíça: O Conselho Federal Suíço está se preparando para revogar uma proibição aprovada em 2017 pelos eleitores sobre a construção de novas usinas nucleares. 
    • Índia: O Departamento de Energia Atômica da Índia planeja atualmente implantar 50 pequenos reatores modulares no país. Eles esperam criar versões que possam ser facilmente implantadas em usinas não nucleares mais antigas. 
    • Noruega: A Noruega assinou um memorando de entendimento com as sul-coreanas DL Energy e DL E&C para estudar a construção de uma usina nuclear em uma das refinarias de petróleo do país. 

     

    Invista em todo o ecossistema nuclear 

     

    O ETF NUCL11 oferece aos investidores uma exposição abrangente ao ecossistema da energia nuclear. Além das mineradoras de urânio, a estratégia também inclui produtores de energia nuclear, empresas envolvidas na construção, engenharia e manutenção de projetos nucleares, bem como aquelas que fornecem equipamentos, tecnologia e/ou serviços para a indústria de energia nuclear. 

     

    Para mais informações, acesse:  https://www.investoetf.com/etf/nucl11/ 

    Artigo original: Three Forces Powering the Nuclear Energy Surge | VanEck 

     

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