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Crises vêm e vão: por que uma boa estratégia de investimentos é sua maior aliada no longo prazo?

O mercado, embora volátil no curto prazo, tende a refletir o crescimento econômico e a geração de valor das empresas ao longo do tempo

08 maio 2025

    3 MIN DE LEITURA

    Por Danilo Moreno, Coordenador de Research da Investo

    Ao longo da história, o mercado financeiro tem enfrentado inúmeros momentos de estresse: desde eventos geopolíticos como guerras e atentados até crises econômicas globais como a Grande Recessão de 2008 e a pandemia de 2020. Em todos esses episódios, o sentimento predominante foi o medo — e com ele, decisões apressadas, saídas intempestivas do mercado e prejuízos consolidados. 

    Ainda assim, quem resistiu à tentação de abandonar sua estratégia e permaneceu investido colheu os frutos da recuperação. Isso porque o mercado, embora volátil no curto prazo, tende a refletir o crescimento econômico e a geração de valor das empresas ao longo do tempo. 

    Mais do que prever crises, o que diferencia o investidor de sucesso é sua capacidade de atravessá-las com consistência. Este artigo explora alguns dos principais eventos de crise dos últimos 50 anos, traz dados sobre os impactos e recuperações e reforça por que manter uma estratégia bem definida é o caminho mais seguro para o crescimento patrimonial. 

    Grandes crises e suas lições 

    Eventos como o colapso das pontocom no início dos anos 2000, a crise financeira global de 2008, ou mais recentemente, a pandemia da Covid-19, derrubaram os mercados em questão de semanas. No entanto, todos foram seguidos por períodos de forte recuperação. Em muitos casos, o investidor que permaneceu firme viu seus ativos retornarem ao patamar anterior — e até superarem — em questão de meses ou poucos anos. 

    Segundo dados da Vanguard, crises geopolíticas costumam ter impactos limitados no tempo. Em média, os mercados apresentaram retorno de 5% nos seis meses após eventos como guerras ou crises políticas, e 8% após um ano. Mesmo choques graves como o Brexit ou a invasão da Ucrânia em 2022 foram absorvidos em pouco tempo. 

    Além disso, há um padrão recorrente: os mercados tendem a começar sua recuperação antes mesmo do fim oficial das recessões. Ou seja, esperar que tudo melhore para investir pode ser tarde demais — o mercado antecipa os movimentos, e o investidor que espera demais pode perder os melhores momentos da retomada. 

     

    Fonte: Vanguard 

    Esses episódios também mostram que quedas de mercado são mais frequentes do que se imagina: desde 1972, foram registrados ao menos 13 bear markets (quedas superiores a 20%). Portanto, viver esses ciclos faz parte da jornada do investidor — o diferencial está em como reagimos a eles. 

    Fonte: Vanguard 

    A principal lição? O maior risco durante uma crise não é a perda momentânea de valor, mas a decisão precipitada de sair do mercado e realizar perdas de forma definitiva. 

    O custo de sair do mercado nas crises 

    A tentação de tentar “proteger” os investimentos fugindo da volatilidade é grande, mas os dados mostram que isso frequentemente sai caro. Um dos gráficos mais ilustrativos sobre esse tema mostra o impacto de perder os melhores dias da bolsa. Entre 1994 e 2024, quem ficou investido no S&P 500 continuamente teria transformado US$100 mil em cerca de US$2,46 milhões. Mas quem perdeu apenas os 10 melhores dias, teria pouco mais de US$1 milhão. Quem perdeu 30, menos de US$400 mil. 

    Fonte: Vanguard  

    Pior: esses melhores dias costumam ocorrer em meio a momentos de forte instabilidade. A análise da Vanguard mostra que metade dos 20 melhores dias da bolsa americana ocorreram em anos com retorno negativo. E metade dos piores dias vieram em anos positivos. Isso mostra que o mercado não é linear — e que tentar adivinhar os movimentos de curto prazo é uma aposta perigosa. 

    Fonte: Vanguard 

    Além disso, simulações com investidores que moveram seus portfólios para o caixa após quedas de 10% mostram que, na maioria dos casos, eles ficaram para trás em relação a uma carteira 60/40 (ações e renda fixa). A média de subperformance chega a -13% em 12 meses — quanto mais tempo fora do mercado, maior a chance de desempenho inferior. 

    A própria Vanguard estima que, ao mover seus ativos para o caixa por 3, 6 ou 12 meses, a probabilidade de o investidor ficar atrás de uma carteira 60/40 varia entre 71% e 87%, com perdas médias que podem superar 13% ao longo do período. 

    Manter-se investido é mais do que uma atitude racional: é uma proteção contra nossas emoções nos momentos em que mais somos testados. 

    Tempo no mercado importa mais que o timing de mercado 

    Uma das verdades mais consistentes do mundo dos investimentos é a seguinte: o tempo no mercado é mais importante do que o timing de mercado. E isso se comprova nos dados. 

    Estudos indicam que uma carteira diversificada entre ações e renda fixa, como o clássico modelo 60/40, tem menos de 5% de chance de apresentar retornos negativos após 5 anos — e essa chance cai para zero em janelas de 10 anos. Isso mostra como o risco dos ativos diminui com o tempo, principalmente quando há equilíbrio e diversificação. 

    Além disso, períodos de bear market costumam ser mais curtos e menos expressivos que os bull markets. Desde 1980, a duração média de mercados de baixa foi de 282 dias, enquanto os ciclos de alta duraram em média 1.018 dias e geraram retornos médios de +96%. Ou seja, embora dolorosos, os momentos de queda são superados pela força e duração das recuperações. 

    Fonte: Vanguard 

    Outro ponto importante: o retorno médio de ações e títulos dificilmente ocorre em um único ano. A média histórica de retorno real gira em torno de 10,5% ao ano para ações e 5% para títulos, mas poucos anos efetivamente entregam esse número — a experiência de curto prazo do investidor tende a ser volátil e longe da média. 

    A recompensa pela persistência é clara — mas exige disciplina, paciência e confiança no processo. 

    Conclusão 

    O mercado financeiro não é uma linha reta. Ele é cheio de curvas, descidas íngremes e retomadas aceleradas. Para quem observa o gráfico de preços no curto prazo, a jornada parece instável. Mas para quem amplia o horizonte, percebe-se um movimento consistente de crescimento. 

    As crises não são exceção: elas são parte da jornada. E embora sejam inevitáveis, o impacto que elas terão sobre seus investimentos depende muito mais do seu comportamento do que do evento em si. 

    Ter um plano de investimentos diversificado, alinhado ao seu perfil e com horizonte de longo prazo é a melhor forma de enfrentar qualquer turbulência. Mais do que tentar prever o que vem pela frente, o verdadeiro segredo está em continuar — com constância, disciplina e visão de futuro. 

    Nesse contexto, os ETFs da Investo são aliados importantes em uma carteira bem estruturada: 

    WRLD11: exposição a ações globais, com ampla diversificação geográfica e setorial — ideal para capturar o crescimento de mercados desenvolvidos e emergentes ao longo do tempo.

    GLDX11: ouro como ativo de proteção, historicamente resiliente em momentos de estresse e incerteza.

    HODL11: bitcoin como uma nova alternativa para reserva de valor, com potencial de valorização no longo prazo e baixa correlação com mercados tradicionais.

    NTNS11: títulos do Tesouro IPCA+ — proteção contra inflação e estabilidade de longo prazo com renda fixa.

    Investir é, acima de tudo, um compromisso com o tempo — e ter instrumentos que sustentem essa jornada, com equilíbrio entre risco e retorno, é essencial para atravessar cada ciclo com solidez. 

    Acesse o portfólio completo da Investo na aba ETFs, acima. 

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