ETFs ou Exchange Traded Funds são um tipo de fundo de investimento. Eles funcionam como uma espécie de “condomínio” no qual vários investidores alocam seus recursos no mesmo lugar. Este lugar é o próprio fundo, que será administrado por gestores cuja função é destinar da melhor maneira esses recursos, visando rentabilidade. A diferença entre os ETFs e os demais fundos de investimento é que os ETFs são atrelados a um índice de referência do mercado. O gestor do ETF organiza sua composição de maneira que ela seja muito semelhante ao indicador visado. Se esse índice ou indicador é Ibovespa, por exemplo, a gestão do ETF utilizará o dinheiro alocado pelos investidores para comprar ações que seguem o índice. E já que falamos em ações, as negociações das cotas de ETFs também são realizadas na bolsa de valores. Seu preço oscila diariamente de acordo com a oferta e a demanda, indicando um mercado ágil e com grande liquidez.
Exemplos de ETFs
Há vários tipos de ETFs negociados no mercado brasileiro. Alguns deles replicam índices de renda variável e outros de renda fixa. Há ainda aqueles atrelados a índices de bolsas de outros países, o que faz com que os ETFs abram oportunidades para quem quer diversificar seus investimentos em nível internacional. Alguns exemplos de ETFs transacionados na bolsa de valores:
- IMAB11 – replica o índice IMA-B que, por sua vez, indica o rendimento de títulos públicos indexados ao IPCA.
- DIVO11 – tem como base o IDIV (índice de dividendos que acompanha as ações de empresas que se destacam em termos de remuneração de dividendos).
- IVVB11 – está atrelado à performance do Índice S&P 500, em reais, ou seja, a principal bolsa dos Estados Unidos.
- SMALL11 – procura refletir o Índice Small Cap, que acompanha o rendimento de ações de menor capitalização presentes na Bovespa.
Rendimentos dos ETFs
De acordo com o Boletim Mensal ETF (de fevereiro de 2021) produzido pela B3, as rentabilidades dos ETFs nos últimos 12 meses foram as seguintes:
ETF | Variação nos últimos 12 meses |
ACWI11 | 4,1% |
B5MB11 | 1,3% |
BBOV11 | 12,2% |
BBSD11 | -2,4% |
BOVA11 | 5,0% |
BOVB11 | 5,5% |
BOVV11 | 5,3% |
BRAX11 | 8,4% |
DIVO11 | -2,8% |
FIND11 | -11,9% |
FIXA11 | 2,4% |
GOLD11 | 3,2% |
GOVE11 | 7,2% |
IB5M11 | -0,3% |
IMAB11 | 3,7% |
IMBB11 | 2,5% |
IRFM11 | 2,9% |
ISUS11 | -1,7% |
IVVB11 | 63,2% |
MATB11 | 89,0% |
PIBB11 | 7,8% |
SMAC11 | 3,7% |
SMAL11 | 1,0% |
SPXI11 | 62,5% |
XBOV11 | 5,6% |
XINA11 | 18,4% |
Vale salientar que a maioria deles teve desempenho positivo, mas é sempre bom diversificar sua carteira, aplicando em ETFs de diversas características para diluir possíveis perdas. Veja abaixo quais as outras vantagens dos ETFs:
Facilidade e praticidade
Muitas pessoas podem se sentir inseguras em começar a investir. Até porque, estudar o mercado, analisar o desempenho e características de ações e títulos leva algum tempo e demanda algum conhecimento de fato. Mas ao comprar uma cota de um ou mais ETFs, você tem ao seu dispor uma gestão profissional que irá comprar os ativos componentes daquela carteira. É como terceirizar um serviço que, de outro modo, você mesmo teria de fazer. Adicionalmente, o fato de o ETF procurar replicar índices consolidados de mercado só facilita a análise de desempenho.
Liquidez
A compra e a venda de ETFs é tão simples como comprar ou vender uma ação individual. Basta você emitir a ordem em seu home broker, a partir de seu computador ou celular. Além disso, sua cotação é divulgada diariamente pela B3. Isto ocorre, porque é um mercado que possui diversos compradores e vendedores, tornando-o líquido, com facilidade na efetivação das transações.
Diversificação
“Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Esse mantra, tão marcante no nosso cotidiano, é de extrema importância para o mercado financeiro. E se os ETFs são compostos de modo a replicar certos índices, naturalmente eles são compostos de muitos ativos e já apresentam um razoável nível de diversificação. Só que, em vez de você mesmo comprar cada ativo individualmente, quem faz isso é a gestão do fundo e você só acompanha a rentabilidade no conforto de casa. Mas sempre vale diversificar também os ETFs de sua carteira. O interessante é buscar ETFs de renda variável e fixa, além de ativos internacionais e, assim, amortecer os riscos.
Internacionalização
É bom lembrar que existem ETFs compostos por ações listadas em mercados estrangeiros, de modo a seguir alguns índices internacionais. O ETF IVVB11, por exemplo, é constituído por ações das 500 maiores empresas listadas na bolsa de valores dos Estados Unidos, ou seja, você pode possuir cotas de ETFs que adquirem rentabilidade a partir da performance de empresas como Amazon, Facebook, Microsoft etc. Tudo isso sem precisar abrir conta em banco estrangeiro, ler prospectos e demais informações em inglês.
Custos
Em geral, os custos dos ETFs são também acessíveis. Os fundos de investimento tradicionais, por exemplo, podem cobrar entre 2% e 4% ao ano de taxa de administração (que é uma tarifa paga pelo serviço realizado pelo fundo). Já as taxas dos ETFs não passam de 1%, sendo que há várias opções abaixo dos 0,5%. Além disso, há cotas fracionárias mínimas que podem girar em torno de R$ 200,00 (embora isso possa variar), fazendo com que os ETFs sejam uma opção de entrada barata.